Ginásio

Quando pensei em engravidar, uma das mil coisas que me passou pela cabeça foi o que fazer com o ginásio (sim, eu sofro muito por antecipação, então tenho tendência de pensar em demasia sobre coisas de maior ou menor importância).
Desengane-se quem pensa que eu sou uma daquelas maluquinhas do ginásio (longe disso), mas uma das decisões que tomámos quando fomos viver juntos, foi frequentar um ginásio, não só para combater os quilinhos a mais (muito culpa também dos doces que entretanto aprendi a fazer e que ambos gostamos de comer) mas também porque tínhamos a consciência que tínhamos estilos de vida muito sedentários.
Começámos por frequentar o ginásio naquela parte das máquinas, mas depressa nos apercebemos que o que gostávamos mesmo eram das aulas de grupo: BodyAttack e BodyCombat para os dois, eu pessoalmente também BodyBalance e frequentei uma ou duas aulas de Pilates.
Mas, e se engravidasse, como iria ser?
Nada como uma boa pesquisa na net para apalpar terreno e ter uma ideia do que me esperava. Pontos mais importantes que aprendi:
- Se não fazíamos exercício físico antes de engravidar, não é quando descobrimos que devemos começar; o ideal é deixar passar o primeiro trimestre (o mais “perigoso”) e só depois começar.
- Se já praticamos, então podemos continuar, a menos que haja indicação médica em contrário.
- Deve-se evitar exercícios de impacto (saltinhos) e de alta intensidade (aqueles que nos deixam ofegantes). Há, e como é óbvio, evitar modalidades em que possa haver impactos na barriga (acho que é de senso comum que levar com uma bola na barriga não é muito bom na gravidez).
- Uma muito importante que eu não sabia, deve-se evitar o sobreaquecimento (daí também a parte de evitar os exercícios de alta intensidade, pois há mais probabilidade de isso acontecer). Parece que as altas temperaturas internas, especialmente no primeiro trimestre, podem ter uma influência negativa no desenvolvimento do bebé. E já agora um conselho que a enfermeira me deu: ao primeiro sinal de febre, é para se tomar logo Ben-u-ron, para evitar o aumento da temperatura.
Finda a pesquisa, comecei logo a fazer contas à vida: adeus BodyCombat e Attack…… nããããão!!!! Pior, eram as aulas que eu ia mais, por causa dos horários. Depois comecei a fazer uma pesquisa mais dirigida para essas aulas em particular, e comecei a ter opiniões diferentes. Nuns sites dizia que não se podia, noutro lado vi que Attack podíamos desde que fizéssemos tudo na intensidade mais baixa (não correr, não saltar e basicamente não nos entusiasmarmos muito nas aulas) mas Combat já não. Eu aqui fiquei com a pulga atrás da orelha, pois sinceramente, Combat é bem mais soft….Basicamente é só dar murros e pontapés para o ar. Parecia que o “problema” do BodyCombat era mesmo o contacto físico entre pessoas, mas isso não é BodyCombat, ali ninguém anda aos murros uns contra os outros…. Querem ver? Olhem aqui um excerto de uma aula. E já agora, isto é Attack. Estão a ver a minha dúvida? (Para completar o trio, apresento-vos BodyBalance.)
Decidi que quando chegasse a altura logo me informava no ginásio sobre o que fazer. Afinal de contas, eles é que nos têm de dar as informações, não é?
E agora, problema número dois: e o que fazer naquele período em que não sabemos se estamos grávidas ou não? Aquele período entre a ovulação e a falha na menstruação? Ainda são duas semanas, e duas semanas muito críticas. Há quem defenda que devemos tratar essas duas semanas como se fosse gravidez, e praticar todos os cuidados que teríamos se estivéssemos mesmo grávidas, incluindo esse cuidado com os exercício e por exemplo não beber álcool.
Pois, eu fiz isso durante um mês. E pela minha experiência, não vale a pena. A altura em que andamos a tentar engravidar já é muito stressante, repleta de dúvidas, do “será que é desta?”, não vale a pena pormos mais um stress em cima. Já basta todos os dias ao tomarmos as vitaminas sermos relembradas que estamos a tentar conceber um filho, o que, para quem demora alguns meses a conseguir, começa a ser uma tortura diária. E por causa disso decidi continuar a fazer a minha vida normal até ter a certeza que estava grávida. E no mês que engravidei, tive uma jantarada regada de sangria e pelo menos duas destas aulas eu fiz, que eu lembro-me de sentir o peito bastante inchado (foi um dos sinais, pois na segunda aula veio o clique “epah, eles CONTINUAM inchados…será?”). E correu tudo bem.
Depois de ter tido o positivo, parei. Verdade seja dita, tinha bastante com que me preocupar, entre marcar consultas, fazer exames, esse tipo de coisas. Mas quando consegui, fui ao ginásio explicar a situação. Basicamente, fui à recepção e disse: “estou grávida, então e agora?”. O que se passou é que me marcaram uma reavaliação física, na qual estiveram a ver o meu plano de treino e mudaram quais as máquinas que devia fazer. Deram-me o ok para continuar com o BodyCombat (eu sabia! Eheh), recomendaram o pilates e BodyBalance, e reavaliação dali a 8 semanas.
Pois, isto tudo é muito bonito, mas…  e a vontade de ir ao ginásio? Eu não contei com isso. É que eu só consigo ir à noite e quando saia do trabalho estava demasiado cansada e cheia de vontade de ir comer (não aguentava muito tempo sem comer que ficava nauseada). E depois de ir a casa e comer, alguém tinha vontade de voltar a sair? Nada! E portanto fui-me desleixando.
Chega as 13 semanas, eco feita, tudo bom, viagem de férias na qual andei bastante (sim, andar, mesmo a pé) e quando voltei pensei: é agora, tenho de voltar. Ainda por cima estava melhor das náuseas e já tinha mais energia. Então combinei com o marido que ele ia ao BodyAttack e eu ia fazer ginásio. Mas cheguei lá, o instrutor de Attack viu-me, e perguntou porque é que não ia à aula. “Gravidez não é doença”. E considerando que eu estava habituada à modalidade, era só não correr, não saltar, e em alguns exercícios mais específicos, devia seguir outra instrutora que ia dar os movimentos alternativos para eu fazer (resultado, fiz muitos agachamentos nessa aula enquanto o resto da malta andava a fazer outras coisas).
E assim vou levando a vida, enquanto der, vou fazendo coisas. A minha médica disse logo que era para eu continuar a fazer exercício (pois não tinha nenhuma situação de risco) e muito sinceramente, eu sinto que saio de lá muito bem.
Agora é só arranjar coragem para voltar ao pilates (sou só eu que acho aquilo muito chato?) e mais para a frente posso ponderar natação e/ou hidroginástica (só não o faço já por dois motivos: a minha pele é uma miséria, não me estou a ver muito tempo no cloro e porque sou muito cegueta, como raio consigo seguir uma aula sem óculos?)
E vocês, continuam activas? O que fazem?
See yah.


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