Flashback: Descobrir o sexo do bebé

Um dos momentos mais marcantes na gravidez, é quando descobrimos o sexo do nosso bebé. Independentemente de termos preferência de sexo ou não, ao sabermos que vem aí uma menina ou um menino, imediatamente aquele bebé fica mais real e sinceramente acho que ajuda imenso para a mãe se apegar a ele.
 
Continuam a haver pais que preferem só descobrir o sexo na altura do nascimento, mas em Portugal é uma percentagem muito pequena (embora tenha ouvido dizer que em certos países essa percentagem é bastante alta, mesmo nos dias de hoje). Pessoalmente era uma coisa que me iria fazer impressão, esperar nove meses para saber... até porque hoje em dia é tudo tão azul ou cor de rosa, até para montar o enxoval iria dar trabalho não saber o sexo! Portanto por aqui nem se pôs a hipótese de não se saber o sexo da criança de antemão.
 
Como já tenho dito, tenho estado a ser seguida apenas pelo público, pelo que sabia que só iria ter direito a 3 ecografias. Pelo que me andava a informar, na primeira ecografia muito provavelmente não iria saber logo o sexo da criança (se bem que alguns meninos mostravam-se logo bastante bem nessa eco) e a segunda ecografia, a morfológica, a das 20 semanas é que era a ecografia em que iria ficar a saber (caso o bebé não fosse muito envergonhado). Foi com essa mentalidade que fui fazer a primeira eco, e claro está, não me disseram nada, nem sequer tive direito a palpite. Mas como era isso que estava à espera, não fiquei muito triste.
 
Mas não era isso que a minha sogra estava à espera... ela estava mesmo convencida que iria saber logo se ia ter um netinho ou uma netinha. Isto porque havia uma pessoa próxima que também estava grávida, de mais duas semanas que eu, e que tinha descoberto logo que ia ter um menino. Ora que a C descobriu logo, porque é que eu não descobri?
 
Embora me tivessem avisado que no hospital muitas vezes mesmo que o médico conseguisse ver alguma coisa ou tivesse palpite preferisse nem comentar, para não criar falsas espectativas, a verdade é que comecei logo a pensar que se calhar isso significava que vinha aí uma menina. Tenho de ser sincera, quando me imaginava com bebés, imaginava uma menina, assim como o pai. E ainda ninguém me tinha dito o contrário, portanto para mim, continuava a ser uma menina até prova em contrário.
 
E o que faz uma grávida quando sabe que ainda tem de esperar mais dois meses para saber o sexo da criança? Vai fazer todos os testes tradicionais possíveis e imaginários! Sabem, aqueles do formato da barriga, se a pele melhorou ou piorou, como está o cabelo, o batimento cardíaco do bebé, se temos apetites por doces ou salgados, esse tipo de coisas. E qual foi a conclusão que cheguei? 50/50. Metade das coisas apontava menina, metade apontava menino. Ora bolas... Lá iria ter de esperar pela ecografia do 2º trimestre.
 
Ainda aqui não expliquei, mas o meu rastreio do 1º trimestre consistiu em 4 idas ao hospital: 1ª para a consulta inicial e marcar os exames, 2ª para a recolha de sangue (2 semanas antes da ecografia), 3ª para fazer a ecografia do 1º trimestre e 4ª para a consulta final para avaliar os resultados onde, se tudo estivesse bem, me davam alta e só voltava no final da gravidez. Combinei logo que as ecografias o pai ia assistir, o resto ia eu sozinha (pois são grande seca, e a menos que algo esteja a correr mal, sinceramente o pai não é lá preciso). Por acaso no dia em que fiz a ecografia, já tinham o resultado da análise sanguínea e fiquei logo a saber que o risco de ter uma daquelas trissomias era muito reduzido, pelo que ficámos bastante descansados e encarámos a ultima consulta apenas como uma burocracia que iria ter de passar.
 
Dois dias antes da consulta, contei às minhas amigas que estava grávida (mostrando a foto da ecografia). Uma delas que andou em radiologia deu logo o palpite de ser menina, pois na foto não se via nem um botãozinho e o bebé estava numa boa posição para se espreitar. A minha convicção que iria ser menina aumentou exponencialmente. Nesse dia pela primeira vez, sonhei com a bebé que aí vinha.
 
Chega-se a essa consulta, estava já de 15 semanas, a médica começa a passar os dados da ecografia para o computador, e reparara que no relatório não consta nada relativo à existência ou não dos ossos do nariz (um dos indicadores de risco de trissomias). Explico que já a médica do centro de saúde tinha reparado na falta desse dado, mas que como o risco estava bastante baixo, tinha partido do princípio que estavam presentes e que se calhar só faziam referência no relatório se algo não estivesse bem. A médica e a interna começam a ver as fotografias da ecografia e comentam que realmente parece que estavam presentes e que a dedução da médica do centro de saúde parecia correcta, mas que realmente no relatório vinha sempre descrito se estavam ou não presentes. Tinha sido portanto um lapso da médica que fez a ecografia não incluir esse dado no relatório.
 
Então o que é que a médica faz? Vai falar com a colega e aproveita o facto de ser sexta feira e pelos vistos não terem ecografias marcadas para esse dia, para ir dar uma vista de olhos! Sim, eu que pensei que por ser seguida só pelo público que só ia ter direito a uma ecografia, tive direito a uma extra às 6 semanas e outra às 15 semanas.
 
Enquanto esperamos pela colega dela, que é a especialista em ecografias, ela vai dar uma olhadela. Ela e a interna concordam que parece que se vê bem os ossos do nariz (mas só a colega é que podia depois dar o parecer oficial). Depois aproveita e dá uma olhadela ao bebé. Segundo ela, a partir dali já não iria ter uma ecografia em que visse o bebé todo ao mesmo tempo, pois ficam muito grandes para isso. E vai falando com a interna ao mesmo tempo "olha aqui, o estômago cheio." "Não vês aqui, os dedinho bem definidos?" e coisas assim. Depois foca-se nas pernas e fica calada. Vai a interna e diz "e ali estão as perninhas..." ao que a médica apenas dá um risinho. A interna fica assim um pouco sem saber o porquê do risinho e tenho de ser eu a dizer "ela está é a tentar ver se há algo entre as pernas...". Aí a médica ri-se mesmo e confirma que era isso que estava a fazer "e ou muito me engano ou está mesmo..."
 
E foi assim que tive o meu primeiro palpite... para aquela médica, eu iria ter um menino... a minha L ia-se transformar no meu R. E eu não me sabia como me sentir. Não era de todo como eu imaginava receber aquelas noticias tão esperadas. E eu só pensava: o meu namorado vai-me matar pois eu vou descobrir sem ele estar presente. Porque eu lhe disse que não valia a pena ir comigo à consulta (e realmente, se não fosse para tirar a teima, não tinha mesmo valido a pena).
 
Uma eternidade depois (pronto, podem ter sido só 10 minutos, mas pareceu-me uma eternidade), chegou a outra médica e confirmou logo a existência de muitos ossos do nariz (okaaaay). A médica que me estava a acompanhar pediu-lhe para ela dar uma espreitadela entre as pernas, pois ela "já tinha dito uma coisa à senhora e precisava de confirmação". A médica lá lhe fez a vontade... "sabes, pareceu-me ver alguma coisa entre as pernas... vi bem?" "Com este material todo entre as pernas, coitada se fosse menina! É um menino sim." "Elah, estou tão contente, até eu consegui ver logo!"
 
E confirmou-se... iria ter um menino, pelos vistos avantajado (e fiquei a saber nas ecos posteriores, nada tímido).
 
Depois foi a vez de dar a notícia: ah e tal lembras-te de eu dizer que não se viam os ossos do nariz? Pois, a médica achou por bem fazer uma eco para confirmar e adivinha? Vai ser um menino! (Claro que ele ficou contente, mas penso que no fundo deve ter ficado um pouco desiludido de não estar presente nesse momento).
 
E foi assim que sem estar à espera descobri o sexo do meu bebé. Por acaso nunca me passou pela cabeça pagar por uma ecografia extra por volta das 16/17 semanas apenas para descobrir o sexo, como vejo algumas pessoas fazerem. Para mim, isso não fazia sentido. Se na ecografia do 2º trimestre não desse para ver, aí sim, ponderava tal coisa, agora assim? Nahh. Mas percebo quem o faça, a pressão para sabermos o sexo é muito grande, tanto pela parte dos familiares como de desconhecidos. Mas se tiver um outro filho, quero que o pai esteja presente neste momento, gostava que ele tivesse a experiência de saber em primeira mão estas notícias.
 
Ah, e relacionado com este tópico, passei a gravidez toda com "barriga de menina" (vá, desde que se começou a notar). Toda a gente palpitava menina e eu tinha de dizer que já sabia que era menino. Até o médico que me fez a ecografia do 2º trimestre começou com "vamos dar uma olhadela à menina". Só nos últimos 2 meses de gravidez é que ela começou a empinar e agora todos dizem que basta olharem para mim para verem que é menino. A médica do centro de saúde diz que a barriga está empinada pois é ali que está o rabiosque do bebé, daí ficar com esse formato. Portanto só me dá vontade de dizer que o bebé é cuzudo, por isso é que a barriga está assim... mas não vale a pena.
 
E vocês, como descobriram o sexo do bebé?
 
See yah...

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